Opinião | Os EUA não são a Venezuela — mas Trump está encurtando a distância
A análise sugere que a política de deportação do governo Trump poderá levar os EUA a um cenário alarmante de repressão semelhante ao de regimes autoritários da América Latina. Especialistas alertam que a erosão dos direitos humanos pode acelerar a transição para um estado policial, caso a dissidência interna aumente.
Secretário de Estado americano, Marco Rubio, fecha escritório de direitos humanos do Departamento de Estado, alegando que servia como plataforma para ativistas de esquerda. Essa decisão reflete a visão do governo Trump sobre os compromissos com direitos humanos como um obstáculo.
A prática de “desaparecimento forçado” é destacada, descrita pela ONU como a detenção de indivíduos sem reconhecer sua custódia. Esse cenário é comparado a regimes opressivos na América Latina, onde brasileiros, nicaraguenses e salvadorenhos continuam a sofrer abusos similares.
Mais de 100 imigrantes venezuelanos foram deportados de maneira sumária, negando-lhes o direito de contestar a deportação. O governo afirma que são todos criminosos perigosos, uma justificativa comum usada por regimes repressivos.
Análise crítica menciona que os EUA estão se comportando como repúblicas de bananas, com a possibilidade de que, sob um segundo governo Trump, o país deixe de ser uma democracia liberal tradicional.
Os autores Steven Levitsky e Lucan Way alertam que o clima político tende a imitar regimes como o de Maduro, onde desaparecimentos forçados se tornam comuns.
Grupos armados e táticas de repressão têm crescido, com Trump se aproximando de táticas de controle similares às de líderes autocráticos. A ampliação da repressão do Estado pode ocorrer caso Trump enfrente dificuldades políticas.
Remoção de abusos em relatórios de direitos humanos é uma preocupação crescente. A diretora da ONG Escritório de Washington para a América Latina, Carolina Jiménez Sandoval, destaca o colapso da democracia na Venezuela como um alerta para os EUA.
Pesquisadores do Instituto V-Dem indicam que os EUA podem experimentar uma rápida autocratização, sem um golpe de Estado. As instituições americanas ainda resistem, mas Trump busca expandir seus poderes, elevando os riscos de repressão.