OPINIÃO. “O Palmeiras sem Mundial” e a educação dos nossos filhos
A ausência de conquistas pode gerar isolamento e exclusão, tanto no futebol quanto na infância. Refletir sobre os limites e a educação dos filhos é essencial para desenvolver autonomia e valores em um mundo onde a comparação é constante.
Eliminação do Palmeiras no Mundial de Clubes reacende bordão “O Palmeiras não tem Mundial”, destacando que muitos clubes também não conquistaram o torneio.
A comparação com rivais como São Paulo, Corinthians e Santos intensifica a ausência do título, gerando provocações contínuas.
Esse fenômeno vai além do futebol; reflete-se na infância. Crianças que não têm celular, por exemplo, sentem-se excluídas em um mundo onde isso é símbolo de pertencimento. Segundo a UNICEF, 37% das crianças já relataram sofrer bullying por questões materiais.
A exclusão também ocorre por não acessar certas experiências sociais, como baladas ou redes sociais, criando isolamento.
É crucial que pais e educadores reflitam se suas decisões são baseadas em convicção ou medo da exclusão social dos filhos. Ceder aos filhos para evitar desconforto pode prejudicar a formação de seus limites e autonomia emocional.
Propostas incluem unir pais em torno de critérios coletivos sobre o uso de tecnologia e atividades sociais, formando um ambiente mais saudável e respeitoso.
Educar é um desafio e exige coragem para promover a individualidade e a autoestima. O verdadeiro presente pode ser permitir que os filhos descubram quem são, sem depender da aprovação dos outros.
O objetivo é criar crianças que se sintam completas, mesmo sendo diferentes. Isso representa o verdadeiro troféu: a liberdade de existir, sentindo-se inteiro. Essa é a única “taça” que realmente importa.
Daniel Castanho é fundador da Anima Educação.