Opinião | Morte de menina no desafio do desodorante escancara erro do Congresso em travar regulação das redes
A tragédia envolvendo Sarah Raíssa evidencia a urgência de regulamentar as redes sociais no Brasil. O episódio destaca a crescente influência de desafios virais que colocam a vida de crianças e adolescentes em risco, refletindo falhas na proteção legal e social.
A morte da menina Sarah Raíssa Pereira de Castro, de apenas 8 anos, no Distrito Federal, ressalta a urgência de regular as redes sociais. O caso, ligado a um desafio do TikTok, evidencia o erro do Congresso e da sociedade em ignorar a segurança no ambiente virtual.
Sarah inalou desodorante, enquanto há outros casos similares, como o da Brenda Sophia Melo de Santana, de 11 anos, que morreu no mesmo desafio em Pernambuco. Essa situação é reflexo de outra série de desafios perigosos online, como:
- Desafio do apagão: provoca asfixia ou desmaio.
- Desafio do Benadryl: ingestão excessiva de um anti-histamínico.
- Quebra-crânio: dano físico a pessoas alheias.
- Fumar cotonetes: risco ao aparelho respiratório.
- Simulações de uso de drogas com solventes.
Enquanto isso, debates sobre a regulação das redes estagnam, com políticos alegando que qualquer decisão seria censura. O PL das Fake News foi engavetado por atos de pressão de bancadas e big techs, passando por cima das propostas de regulação.
Os que defendem a família e atacam a regulação das redes parecem contradizer seus próprios princípios, permitindo a disseminação de conteúdos que prejudicam crianças e adolescentes.
A atual gestão também falha ao articular eficazmente o assunto e a definição de prioridades no governo. Propostas são travadas enquanto há uma necessidade premente de agir contra a desinformação e a viralização de conteúdos potencialmente nocivos.
A verdadeira responsabilidade das plataformas deve ser exigida para impedir a propagação de conteúdos que violam direitos, sem esperar por processos judiciais. Regular as redes é uma forma de proteção e prevenção, devendo se considerar que o que é inaceitável na vida real deve ser igualmente inaceitável no ambiente virtual.
Defender a família é, portanto, proibir práticas que incentivem o suicídio ou a violência, exigindo responsabilidades das plataformas.