Opinião | Glauber do PSOL e a “golpista” do batom: os dois lados da mesma moeda distorcida
A comparação entre os casos de Débora Rodrigues e Glauber Braga destaca a polarização política e a possível desproporcionalidade nas punições. Ambos os casos levantam questões sobre a equidade e a justiça nas decisões das instituições em meio a conflitos ideológicos.
Débora Rodrigues, cabeleireira, pode enfrentar 14 anos de prisão por tentativa de golpe de estado. Ela se destacou por pichar a frase “Perdeu, Mané” na estátua da Justiça em frente ao Supremo Tribunal Federal. A acusada nega ter participado da depredação das sedes dos três poderes em 8/1/2023.
Por outro lado, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) teve sua cassação aprovada por 13 votos a 5 no Conselho de Ética da Câmara. Ele pode ser punido por agredir um militante do Movimento Brasil Livre em 2024. Glauber argumenta que sua punição é motivada por sua postura de enfrentamento, especialmente contra o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira.
Ambas as situações apresentam um padrão semelhante: a suspeita de que as penas são desproporcionais às infrações cometidas, levando à reflexão sobre vingança e motivações pessoais nas decisões judiciais e políticas.
A diferença crucial é que apoiadores de Débora costumam esperar a cassação de Glauber, enquanto aqueles que defendem Glauber desejam pena severa para Débora. Isso reflete como a indignação moral e a noção de justiça se subordinam a afetos pessoais e preferências ideológicas.
Essa dinâmica revela que, se alguém não pertence ao seu grupo, a penalização é mais aceitada. Por outro lado, se a pessoa pertence, há uma tendência a defender a absolvição. A individualidade cede lugar ao coletivo, e o risco surge quando a desigualdade prevalece nas instituições.
Consequentemente, tanto Glauber quanto Débora podem enfrentar sanções mais severas do que um homicida, questionando a justiça e a equidade em tempos de desequilíbrio e paixão.