Opinião | Deputado pula fora de ministério e expõe fraqueza de Lula no Nordeste e perda de força do Planalto
Recusa de cargo ministerial por deputado maranhense revela desafios políticos para Lula. A oferta não atraiu Pedro Lucas Fernandes, destacando a diminuição do prestígio ministerial e a fragilidade na relação entre o Executivo e o Parlamento.
Pedro Lucas Fernandes (União-MA), líder de seu partido na Câmara e segundo deputado mais votado do Maranhão, recusou um ministério no governo Lula, apesar de sua crescente visibilidade política.
Embora a divisão do União Brasil e rivalidades internas possam justificar sua decisão, a recusa é emblemática. O convite para um ministério, normalmente desejável, foi negado por um deputado que nunca ocupou cargos significativos na esfera executiva.
A influência das emendas parlamentares cresceu, tornando-as mais atrativas que os cargos ministeriais. Em 2025, parlamentares poderão distribuir R$ 50 bilhões em emendas, superando os orçamentos discricionários de 30 ministérios, que, por exemplo, soma apenas R$ 970 milhões no Ministério das Comunicações.
Como líder, Pedro Lucas controla uma parte significativa das emendas de bancada e das de comissão, elevando seu poder em relação ao que um ministério poderia oferecer hoje.
A recusa reflete uma mudança na política nordestina e a perda de força de Lula na região, que ainda o apoia, mas a decisão de Pedro Lucas demonstra uma nova realidade, onde desagradar o presidente pode não ser tão prejudicial.
Essa recusa é um sinal de alerta para Lula, que enfrenta desafios na construção de alianças políticas e na viabilidade de uma coalizão para as eleições de 2026, especialmente com parlamentares do centro.