Opinião | Corrupção e democracia: a balança volta a se mover
A denúncia de Juscelino Filho pela PGR marca uma possível retomada do combate à corrupção no Brasil, após um período de atenção prioritária à defesa da democracia. Essa ação sugere que os órgãos de controle podem começar a reequilibrar suas funções e intensificar a luta contra a impunidade.
Decisão da PGR: O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), foi denunciado por desvio de emendas parlamentares, resultando em sua demissão.
Contexto: Muitos acreditavam que o fim da Operação Lava Jato marcaria o colapso do combate à corrupção no Brasil. No entanto, essa visão ignora mudanças institucionais importantes que ocorreram.
Transformações Institucionais: Nos últimos anos, o Brasil consolidou leis significativas como a Lei da Ficha Limpa, Lei da Transparência e a Lei Anticorrupção, que elevaram o custo de práticas corruptas e reduziram o espaço para a impunidade.
Demanda Social: O combate à corrupção deixou de ser apenas uma bandeira de procuradores e tornou-se uma exigência social, com a atuação coordenada de órgãos de controle gerando um efeito manada contra a corrupção.
Aparente Hiato: Nos últimos anos, houve uma percepção de que as instituições de controle recuaram, priorizando a defesa da democracia diante de ameaças autoritárias durante o governo Bolsonaro.
Reequilíbrio: A denúncia contra Juscelino Filho pode sinalizar um retorno ao combate à corrupção, agora que a ameaça direta à democracia parece contida com Bolsonaro e seus auxiliares enfrentando processos.
Futuro do Combate à Corrupção: O Brasil é menos provável de retroceder aos padrões de impunidade pré-Lava Jato. O novo equilíbrio institucional mostra-se mais resiliente e a luta contra a corrupção continua viva.