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Opinião | Condenação do casal Humala mostra que fantasma da Lava Jato ainda assombra a frágil política peruana

A Lava Jato continua a impactar a política peruana, resultando em investigações e condenações de presidentes em série. A instabilidade política se agrava, refletindo uma crise de credibilidade nas instituições e no sistema democrático do país.

Operação Lava Jato: no Brasil, sua relevância diminuiu após a anulação de condenações, especialmente do presidente Lula.

Entretanto, o seu impacto ainda é sentido em diversos países da América Latina, especialmente no Peru.

No auge da operação (2014-2019), diversos governos da região foram implicados, incluindo Equador, República Dominicana, Panamá e El Salvador.

No Peru, todos os presidentes eleitos entre 2001 e 2016 foram investigados:

  • Alan Garcia (2006-2011) cometeu suicídio em 2019 em sua casa.
  • Pedro Pablo Kuczynski foi preso em 2020 após renunciar.
  • Alejandro Toledo foi condenado a 20 anos de prisão por propina.
  • Ollanta Humala foi condenado a 15 anos por receber US$ 3 milhões da Odebrecht.

Sua esposa, Nadine, pediu asilo no Brasil.

Os peruanos, assim como os brasileiros, viram juízes e procuradores ganharem destaque na luta contra a corrupção.

O procurador Rafael Vela, uma figura central na luta anticorrupção, foi suspenso em 2023, mas voltou ao cargo.

A instabilidade política no Peru, no entanto, foi maior que no Brasil:

  • PPK e Pedro Castillo não completaram seus mandatos devido a escândalos e tentativas de golpe.
  • Dina Boluarte, sucessora de Castillo, também enfrenta problemas legais.

A fragilidade do sistema político no Peru é uma herança da ditadura de Alberto Fujimori (1990-2000), que resultou em um desrespeito ao Estado de direito.

Como consequência, partidos tradicionais como a Apra desapareceram, abrindo espaço para populistas.

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