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Opinião | Com parlamentares com bolsos cheios de emenda, não há mais presidente forte

O governo Lula enfrenta uma crise de legitimidade com a recusa de novos ministros e a volta de escândalos políticos. A falta de interesse dos partidos por cargos ministeriais reflete uma nova dinâmica de poder no Congresso, desafiando a estrutura tradicional de governabilidade.

Governos passados e desafios atuais

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta uma verdadeira tempestade perfeita, com problemas acumulados nos últimos meses. A popularidade do presidente está em baixa, agravada por fake news e escândalos, como o Mensalão e a Lava Jato.

Recentes demissões são emblemáticas:

  • Ministro das Comunicações: caiu após denúncias de desvio de emendas parlamentares.
  • Presidente do INSS: exonerado após operação da Polícia Federal.

A situação se complica ainda mais com a recusa do deputado Pedro Lucas (União-MA) em aceitar o convite para o Ministério das Comunicações, refletindo a desunião interna entre os partidos.

Os exemplos se repetem com governantes anteriores:

  • Jair Bolsonaro: também enfrentou um "não" em 2021.
  • Michel Temer: recibió negativas em crônicas crises.
  • Dilma Rousseff: sofreu uma recusa de Eliseu Padilha.

A falta de interesse por cargos ministeriais indica que, apesar da importância, não garantem mais fidelidade ou votos ao governo. As mudanças nas leis aumentaram os valores das emendas e diminuíram a transparência.

Em 2025, um deputado pode dispor de R$ 37,3 milhões em emendas individuais, e um senador de R$ 68,5 milhões. Isso implica que

  • O montante das emendas supera o orçamento de 30 dos 39 ministérios.
  • Ministros precisam buscar recursos no Congresso, não o contrário.

Sem a força do Executivo, o equilíbrio de poderes se desestabiliza. Os parlamentares têm escolhido, enquanto os presidentes aceitam.

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