Opinião | Cirurgia isola Bolsonaro das negociações pela anistia para os condenados pelos atos golpistas de 8/1
Bolsonaro enfrenta nova cirurgia e fica afastado da política em momento crucial para a anistia dos golpistas. A recuperação pode impactar suas pretensões eleitorais e sua influência no cenário político.
Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente do Brasil e ex-deputado federal, está inelegível nos próximos oito anos e é réu em uma denúncia da Procuradoria-Geral da República por tentar dar um golpe de Estado.
Ele enfrenta alta possibilidade de condenação à prisão por atos que serão julgados pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Embora considerado um dos favoritos à presidência em 2026 pelo grupo da direita, sua situação atual pode prejudicar suas pretensões políticas.
A recente cirurgia de Bolsonaro levanta questões sobre sua saúde e futuro político. Segundo analistas, "a não ser por um milagre", ele estaria fora do jogo político. Historicamente, a saúde de presidentes e candidatos é uma preocupação na política brasileira e americana.
O exemplo de Tancredo Neves, que morreu antes de assumir a presidência em 1985, ressalta a importância de relatos verídicos sobre a saúde de figuras públicas. A cirurgia de Bolsonaro, a sétima desde um atentado em 2018, impacta sua capacidade de negociar a anistia aos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, protocolou um requerimento de urgência para o projeto de anistia, que conta com 262 assinaturas. No entanto, a discussão sobre o projeto foi adiada até após o feriado, com a Câmara retornando ao trabalho apenas após o dia 21.
Isso dá tempo ao ministro Alexandre de Moraes para conduzir reuniões com membros do Congresso, buscando um consenso sobre as penas. Há propostas para reduzir e amenizar penas, mas as ações contra oficiais-generais e ex-comandantes podem ser mais severas, de acordo com fontes que acompanham o caso.