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Opinião | Asilo não é anistia e Bolsonaro não é Tiradentes, mas há quem tente misturar as coisas

A comparação entre Bolsonaro e Tiradentes revela um movimento dentro do bolsonarismo que busca retratar os golpistas como mártires da liberdade. Entretanto, as analogias entre as situações históricas são inadequadas e não refletem a verdadeira natureza das ações e condenações atuais.

Analogias do Bolsonarismo: Em abril de 2022, o ex-ministro João Roma comparou Jair Bolsonaro a Tiradentes, referindo-se ao indulto concedido a Daniel Silveira, ex-deputado condenado por ameaçar o STF. O perdão foi anulado pelo STF e Silveira cumpre pena isoladamente.

Hoje, a narrativa tenta posicionar muitos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 como "novos Tiradentes". Estes "patriotas" acreditam em sua inocência, justificando suas ações como manifestações de liberdade, termo relembrado por Bolsonaro.

O mito de Tiradentes, como mártir da liberdade, surgiu após sua morte, com referências religiosas. Contudo, a liberdade defendida pelos golpistas diverge da que o herói histórico simboliza, pois beneficia apenas os que apoiam seus ideais.

Estratégias para pressionar a Câmara a votar a anistia incluem a comparação com o asilo da ex-primeira-dama peruana Nadine Heredia, argumentando que condenados por corrupção poderiam também receber proteção. No entanto, esta analogia é falha; asilo é diferente de anistia.

Histórico de Asilo: Em governos do PT, figuras como Alfredo Stroessner e Roger Pinto Molina buscaram abrigo no Brasil, mas asilos não equivalem a perdões ou absolvições.

Concluindo, Bolsonaro não é Tiradentes, e a luta pela liberdade, como descrita pelos bolsonaristas, possui interesses e contornos distintos.

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