Opinião | A anistia está para negócio, com Bolsonaro, por enquanto, ficando fora do arranjo
Bolsonaro busca anistia ampla para proteger a si e seus aliados, em meio a negociações complicadas entre governo e Supremo. A discussão envolve a revisão das penas dos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro, em um cenário marcado por manobras políticas e disputas de poder.
Anistia torna-se um ponto central na estratégia de Bolsonaro, que busca uma proposta de “anistia ampla, geral e irrestrita” para garantir sua impunidade.
Após perceber que sua relação com a Justiça e a possibilidade de redução das penas dos depredadores do 8 de janeiro não eram favoráveis, Bolsonaro mudou sua abordagem.
A negociação, liderada pelo presidente da Câmara, já está em curso e é vista como uma “fissura” nas discussões sobre punições.
Bolsonaro declarou que o foco agora é a anistia, rejeitando qualquer modulação de penas, enquanto o STF, sob a liderança de Fux, busca um acordo que ajuste as penas de acordo com os crimes.
A articuladora política de Lula, Gleisi Hoffmann, está aberta à discussão, desde que líderes golpistas não sejam perdoados. No entanto, mostra-se cautelosa.
Enquanto isso, a direita, em especial governadores aliados, começa a ver o futuro sem o ex-presidente, reconhecendo que a causa da anistia pode não ser vantajosa politicamente.
A oposição, atualmente engessada, não tem explorado temas centrais como violência e inflação, enquanto Lula se reorganiza no cenário político.