Operação Overclean: PF aponta ‘atuação sistemática’ de lobista junto a ministérios por emendas
Empresário é investigado por corrupção e desvios em emendas parlamentares, com indícios de atuação como lobista em ministérios. A PF aponta movimentações financeiras suspeitas e relações com um grupo criminoso.
Polícia Federal investiga o empresário Gabriel Mascarenhas Figueiredo Sobral na Operação Overclean, que apura suspeitas de corrupção e desvio de emendas parlamentares.
Sobral é acusado de atuar como lobista junto ao Ministério do Desenvolvimento Regional e ao Ministério da Agricultura e Pecuária para liberar emendas e convênios. Ele nega as acusações, afirmando que sua atuação é voltada ao setor privado.
O Ministério da Integração confirma que nunca atendeu o empresário desde 2023. A PF relata uma “atuação deliberada” de Sobral em um esquema para beneficiar empresas ligadas a um grupo criminoso, facilitando a liberação de emendas.
Diálogos entre Sobral e o empresário Alex Parente revelam propostas para recuperação de estradas em Bahia, Ceará e Pernambuco. Algumas propostas somam quase R$ 50 milhões, mas os convênios no MAPA ultrapassavam R$ 70 milhões e não foram aprovados.
A PF identificou movimentações financeiras suspeitas, incluindo depósitos fracionados e uso de um motorista como laranja para lavagem de dinheiro. Sobral teria transferido R$ 200 mil para uma autoridade com foro privilegiado entre maio e novembro de 2022.
O inquérito foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), citando o deputado Elmar Nascimento, que nega irregularidades. A PF não encontrou indícios de participação de parlamentares federais nas ações ilícitas.
Outro lobista, Sérgio Canozzi, também é investigado. Mensagens indicam que ele viajou a Brasília em dezembro de 2023 para tratar de contratos.