Onda de violência faz Peru proibir circulação de motos com mais de uma pessoa

Governo peruano proíbe motos com carona para conter violência

A presidenta Dina Boluarte decidiu proibir a circulação de motos com mais de uma pessoa em Lima e região, como resposta ao aumento da violência e extorsões do crime organizado.

A restrição, que começou em 14 de maio e vai até 17 de maio, será controlada pela Polícia Nacional do Peru e Forças Armadas, sem exceções para caronas.

Os motociclistas também estão proibidos de utilizar acessórios que dificultem a identificação do rosto.

No pronunciamento, Boluarte afirmou que a medida visa à segurança pública, citando que criminosos usam motos para atos ilícitos e fugas.

Após a decisão, grupos de motociclistas pedem alternativas, como um cadastro especial via aplicativos para permitir caronas.

No Brasil, uma pesquisa da Datafolha aponta que 80% da população teme assaltos ao ver motocicletas se aproximando.

A medida surge após o governo prorrogar por 30 dias o estado de emergência em Lima e Callao, em vigor desde março, após um tiroteio que culminou na morte do artista de cumbia Paul Flores.

A banda Armonía 10, a qual Flores pertencia, vinha recebendo ameaças e já sofrera atentados anteriores. A morte do artista originou pedidos de renúncia do ministro do Interior e manifestações públicas.

A Defensoria Pública do Peru afirma que o estado de emergência não reduziu a criminalidade e propõe restrições adicionais para motos, como a proibição de circulação das 18h às 6h.

Pesquisas indicam que a violência no país é um problema crônico: 21% dos peruanos relataram experiências de ameaças ou extorsões recentes, enquanto 27% em Lima.

Segundo o Latinobarômetro 2024, o Peru é o terceiro país da região onde a percepção de insegurança aumentou, com 92% dos cidadãos afirmando que a criminalidade cresceu.