Ofensiva de Trump contra Pix pega setor de surpresa
Executivos do setor de pagamentos reagem à investigação americana sobre o Pix, considerando-a desproporcional. O governo brasileiro se posiciona em defesa do sistema, que já movimenta R$ 2,5 trilhões mensais.
Investigações do governo americano sobre as práticas comerciais do Pix, sistema de pagamentos digitais do Brasil, geram polêmica. Executivos de bancos e fintechs consideram a ação desproporcionais e avaliam como reagir.
Associações setoriais discutem manifestar-se em relação aos EUA ou deixar a questão nas mãos do governo brasileiro. O prazo para comentários públicos se encerra em 18 de agosto, com uma audiência marcada para 3 de setembro.
O USTR (Escritório de Representação Comercial dos EUA) abriu a investigação a pedido do presidente Donald Trump, no contexto de um “tarifaço” de 50% sobre produtos brasileiros, relacionado a alegações de perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
A investigação abrange comércio digital, serviços de pagamento eletrônico e práticas alegadamente desleais. O Pix, lançado em novembro de 2020, cresceu rapidamente, movimentando cerca de R$ 2,5 trilhões mensais, se tornando um forte concorrente das bandeiras americanas.
O governo brasileiro já se manifestou nas redes sociais, afirmando que o Pix gera ciúmes e é um sistema seguro e confiável. Diego Perez, presidente da ABFintechs, vê a inclusão do Pix na investigação como desconectada das disputas políticas e ressalta a importância do Pix na inclusão financeira.
A ABBC também elogia o Pix como impulsionador de inclusão social. Já a Abecs está monitorando a situação junto a seus associados. Empresas como Visa, Mastercard e Meta não se pronunciaram.