Obsessão de Trump por trabalho em fábricas ameaça outros setores relevantes da economia
Tarifas comerciais altas propostas por Trump visam proteger a indústria manufatureira, mas podem prejudicar o setor de serviços em rápida expansão nos Estados Unidos. Especialistas alertam que as prioridades do presidente podem deixar os interesses dos serviços em segundo plano, impactando negativamente a economia americana.
Trump defende tarifas comerciais para proteger empregos na manufatura dos EUA, afirmando que fábricas esvaziadas pela concorrência estrangeira precisam de proteção.
No entanto, as tarifas podem impactar o setor de serviços, que emprega mais de 80% dos americanos. Desde janeiro, a manufatura ganhou 6 mil empregos, enquanto os serviços adicionaram 470 mil.
Negociações comerciais com 18 países, inclusive a China, podem expandir a guerra comercial para os serviços. Autoridades europeias estão prontas para retaliar as tarifas de Trump com novos impostos sobre empresas de tecnologia dos EUA.
Os EUA têm superávit de US$ 293,4 bilhões no comércio de serviços, frequentemente ignorado por Trump, segundo economistas. A perda de empregos manufatureiros se deve mais à automação do que ao comércio.
Preocupações da indústria de serviços incluem um acordo recente com o Reino Unido que não resolve impostos sobre gigantes digitais. A associação de serviços teme que suas necessidades fiquem em segundo plano.
Exportações de serviços dos EUA totalizaram mais de US$ 1,1 trilhão em 2022, evidenciando sua importância econômica. Com a pandemia e tensões geopolíticas, a manufatura interna é vista como fundamental.
O impacto das políticas “America First” está levando a uma queda de 12% no turismo, afetando a economia local. O Departamento de Estado suspendeu entrevistas de visto para estudantes estrangeiros.
Trump relaciona crescimento manufatureiro com investimentos de bilhões, mas economistas indicam que empregos em serviços têm crescimento mais forte. Entre 2023 e 2033, espera-se que serviços cresçam quatro vezes mais rápido que manufatura.
A economia dos EUA está se movendo para uma estrutura pós-industrial, com serviços crescendo mais rapidamente do que bens, um fenômeno observado globalmente.