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‘O tsunami está chegando’: aumento das exportações globais da China está apenas começando

A China investe massivamente em fábricas e tecnologia, superando a produção industrial de potências ocidentais. O rápido crescimento na manufatura gera uma onda de exportações que ameaça mercados globais e leva a uma intensificação das tarifas e barreiras comerciais.

A maior fábrica de automóveis do mundo, a Volkswagen em Wolfsburg, na Alemanha, está sendo superada pela BYD, montadora chinesa que constrói fábricas capazes de produzir o dobro.

Bancos estatais chineses emprestaram US$ 1,9 trilhão a tomadores industriais nos últimos quatro anos, resultando em um aumento de fábricas e modernização com robôs e automação.

Esse avanço industrial chinês gera uma onda de exportações que ameaça fechar fábricas e gerar demissões globalmente. Katherine Tai, ex-Representante de Comércio dos EUA, declarou que “o tsunami está chegando para todos”.

As tarifas de Trump à exportação chinesa provocaram reações em diversos países, que também estão aumentando tarifas. Os líderes chineses estão furiosos com esta reação, considerando-a uma tentativa de controlar a economia internacional.

Nos últimos anos, a produção industrial da China aumentou até 32% do total global, superando as potências tradicionais, enquanto a produção do setor industrial chinês é maior do que a soma das indústrias dos EUA, Alemanha, Japão, Coreia do Sul e Grã-Bretanha.

Embora o governo Biden tenha mantido algumas tarifas, ainda não está claro como será a abordagem para a indústria automobilística chinesa, que enfrenta tarifas de até 181% nos EUA.

As montadoras chinesas, bloqueadas no mercado americano, redirecionaram suas exportações para a Austrália, Sudeste Asiático e até União Europeia, onde tarifas podem chegar a 45% por conta de subsídios governamentais.

A China não se limita aos carros, pois também aumentou a capacidade de refino petroquímico, construindo mais do que Europa, Japão e Coreia do Sul juntos desde a Segunda Guerra Mundial.

Nos últimos anos, o crash do mercado imobiliário diminuiu o consumo interno, levando a um aumento das exportações. O governo chinês está hesitante em gastar em estímulos, sacrificando o bem-estar social.

Enquanto alguns economistas pedem melhorias na rede de segurança social, o governo se concentra em investimentos para exportação e infraestrutura.

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