O 'tripé' que ajudou Milei a baixar a inflação de 211% na Argentina
Compradores argentinos aproveitam a diferença de preços nas lojas brasileiras, elevando as vendas em Florianópolis. A economia argentina, fortalecida pela política de Javier Milei, gera impacto positivo no poder de compra dos turistas.
Verão em Florianópolis teve alta de vendas por compradores argentinos em lojas como Decathlon e Havan.
A unidade da Decathlon na ilha recebeu cerca de 5.000 clientes por dia, em busca de produtos mais baratos em comparação com a Argentina.
Uma camiseta de corrida da Adidas custa R$ 129,99 no Brasil, mas 45 mil pesos (cerca de R$ 250) na Argentina, devido à valorização do peso e à desvalorização do real.
O presidente Javier Milei adotou medidas para estabilizar a economia, reduzindo a inflação de 211% para 79,4%.
Ele implementou um tripé de âncoras: câmbio estável, corte de gastos públicos e fim da emissão de pesos sem lastro.
O processo atraiu cerca de US$ 19 bilhões de volta ao mercado e a cotação do dólar oficial subiu de 400 pesos para 1.080 pesos.
Apesar da recente recuperação, os salários e a inflação ainda estão acima de 100%, o que reduz o poder de compra interno, mas aumenta as compras no exterior.
A incerteza econômica persiste, com Milei trabalhando em um novo acordo com o FMI e prometendo eliminar o “cepo” até 2025 ou 2026.
Economistas, como Domingo Cavallo, alertam que o peso pode estar supervalorizado, lembrando os riscos de uma recessão similar a da virada do milênio.
As eleições legislativas em outubro serão um teste significativo para a estratégia de Milei.