O satélite que vai descobrir quanto a Amazônia 'pesa'

As florestas tropicais são conhecidas como os "pulmões da Terra", contribuindo para a redução dos impactos das mudanças climáticas ao armazenar bilhões de toneladas de gás carbônico.

A Agência Espacial Europeia (ESA) lançou, em 29/04, um satélite inovador que usa radar para explorar o interior das florestas, visando entender seu papel no armazenamento de carbono. O foguete decolou da Guiana Francesa e sobrevoou a Amazônia.

O satélite, apelidado de "space brolly", possui uma antena de 12 metros que envia sinais para medir a quantidade de carbono nas florestas tropicais, incluindo a Amazônia, o Congo e a Indonésia. O professor John Remedios destacou que será a primeira vez que dados precisos sobre carbono armazenado serão obtidos.

Com um radar de onda longa, o satélite pode penetrar nas copas das árvores, revelando galhos e troncos ocultos. O dr. Ralph Cordey explicou que essa tecnologia permite ver profundamente nas florestas, ao contrário dos radares convencionais.

O satélite, pesando 1,2 toneladas, utilizará um método semelhante à tomografia para analisar o material lenhoso, que indica a quantidade de dióxido de carbono armazenada. O professor Mat Disney destacou a dificuldade de medir carbono em árvores individualmente.

A construção do satélite envolveu colaboração internacional, incluindo expertise dos EUA. A Airbus trouxe engenheiros da americana L3Harris Technologies para auxiliar na construção da antena. Espera-se que os primeiros mapas do armazenamento de carbono sejam produzidos em seis meses.

O satélite também mostrará a perda de carbono devido ao desmatamento, superando limitações de visibilidade causadas por nuvens. O dr. Cordey enfatizou a importância desse projeto para compreender as contribuições das florestas nas mudanças climáticas.

Inscreva-se na nossa newsletter internacional Future Earth para notícias exclusivas sobre clima e meio ambiente.