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O risco de mangas brasileiras 'virarem lama' com impacto de tarifas dos EUA: 'Estou dando de graça e ninguém quer'

Produção de mangas no Vale do São Francisco enfrenta crise após tarifa de 50% para exportação aos EUA. Agricultores estão preocupados com a superprodução e queda drástica nos preços no mercado interno.

Mangueiras cheias em Casa Nova, BA, mas a colheita de mangas enfrenta crise.

A propriedade de Hidherica Torres viu suas frutas com destino certo aos Estados Unidos canceladas.

Na terça-feira (29), a empresa exportadora notificou que as mangas não seriam mais enviadas devido a uma tarifa extra de 50% que entrará em vigor em 6 de agosto.

Hidherica expressou preocupação: "Tenho medo de ver a manga no chão".

O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, mencionou que alguns produtos poderiam ter tarifa zerada, mas as frutas não foram incluídas.

O presidente Donald Trump assinou um decreto que já afetou o mercado local e as exportações estão sendo redirecionadas, levando a uma superoferta e queda acentuada nos preços.

Produtores do Vale do São Francisco reportam preços insustentáveis: de R$ 6 por quilo a menos de R$ 0,80.

A produção de mangas para exportação nos EUA é concentrada em três meses do ano, especialmente para a variedade tommy.

Em 2024, o Brasil exportou 258 mil toneladas de mangas, com receita de US$ 349,8 milhões.

Ao todo, 92% da produção do Vale é destinada à exportação, sendo a Europa o principal destino.

Com a produção excessiva, até mesmo pequenos e médios produtores estão vendo suas frutas encalharem, levando a cancelamentos de pedidos e especulações de preço.

A crítica se volta para o governo, que não apresentou um plano eficaz para apoiar o setor. O presidente do sindicato, Jailson Lira, menciona que ainda não há soluções para a crise.

Produtores pedem campanhas para incentivar o consumo interno da manga, buscando alternativas para evitar prejuízos maiores à economia do Vale do São Francisco.

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