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O risco de fruta brasileira 'virar lama' com tarifaço de Trump: 'Estou dando manga e ninguém quer'

Produtores do Vale do São Francisco enfrentam crise com alta tarifa de importação dos EUA. Com a impossibilidade de exportação, os preços da manga despencam e a colheita corre o risco de ser desperdício.

Produção de mangás no Vale do São Francisco enfrenta crise.

Hidherica Torres, produtora de mangas em Casa Nova (BA), anunciou que sua colheita foi cancelada para exportação aos EUA devido à tarifa extra de 50% que começará a valer em 6 de agosto.

O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, indicou que algumas frutas poderiam ter tarifa zerada, mas as mangas não foram beneficiadas no decreto assinado por Donald Trump.

Com a mudança, as mangas de produtores brasileiros já enfrentam quedas bruscas de preço no mercado interno, tornando a venda impraticável. José Nilton Gonçalves, um pequeno produtor, relata que o preço do quilo chegou a R$ 0,80, caindo de quase R$ 6 no início do ano.

  • 92% das mangas do Vale do São Francisco são destinadas à exportação.
  • O Brasil exportou 258 mil toneladas em 2024, gerando US$ 349,8 milhões.
  • A principal época de colheita para os EUA é de agosto a outubro.

Os efeitos da tarifa já são sentidos entre produtores que, com o excesso de oferta, lutam para vender suas mangas. Muitos estão oferecendo frutas "de graça" para limpar as plantações.

A situação se agrava com a bálsamo da importação europeia, que tem cancelado pedidos temendo a superoferta de mangas brasileiras. Especialistas apontam que o Brasil não conseguirá absorver toda a produção.

Jailson Lira, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, critica a falta de ação do governo para resolver a situação do setor. O impacto econômico da tarifa pode ser devastador para a rica região do Vale do São Francisco, conhecida pela agricultura irrigada.

Produtores sugerem uma campanha nacional para incentivar o consumo de manga no Brasil, buscando mitigar os efeitos da crise.

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