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O rei está nu!

O impacto das políticas protecionistas de Trump sobre os Treasuries levanta preocupações quanto à estabilidade da economia americana. Essa mudança no cenário ilustra como a confiança nas instituições é fundamental para a saúde dos mercados financeiros.

Economia Americana e Teoria Financeira no Brasil

No início de cada semestre, o professor ressalta que muitos conceitos de finanças, como ativo livre de risco e prêmio de risco, se baseiam em teorias dos Estados Unidos, que podem não se aplicar bem no Brasil.

O ativo livre de risco é um ativo de renda fixa de curto prazo, sem risco de mercado e isento de risco de crédito, tipicamente emitido pelo governo, esperando-se baixa rentabilidade. O prêmio de risco é o retorno adicional que ativos arriscados oferecem.

Contudo, no Brasil, a taxa Selic elevada faz com que muitos ativos não consigam superá-la, eliminando o prêmio de risco e gerando volatilidade.

Conceitos financeiros foram desenvolvidos entre as décadas de 50 e 70, incluindo a fronteira eficiente de Markowitz e o CAPM. Esses modelos foram eficazes nos EUA, onde o crescimento econômico e prêmios de risco consistentes solidificaram o mercado de títulos.

Recentemente, as tarifas impostas por Donald Trump ameaçam essa estabilidade. O colunista Fareed Zakaria, do Washington Post, aponta que a força da economia americana se baseia em um livre mercado, onde regras claras e justas promovem confiança e inovação.

No Brasil, as relações políticas muitas vezes superam a busca por eficiência, o que gera clientelismo e corrupção.

A robustez das instituições nos EUA, que garante previsibilidade e cumprimento de contratos, é vista como fundamental para o seu sucesso. No entanto, a recente pressão sobre os títulos da dívida, os Treasuries, gerou um movimento inédito de venda e aumento de juros.

Esse cenário forçou Trump a recuar temporariamente, evidenciando a insegurança econômica. O protecionismo pode prejudicar a confiança na economia americana a longo prazo, independentemente de quem vença as próximas eleições.

Para ilustrar essa situação, o professor pretende usar o caso dos Treasuries em suas aulas, destacando como a percepção de risco afeta a necessidade de prêmios maiores e, consequentemente, a elevada taxa Selic no Brasil.

Hudson Bessa - Economista e sócio da HB Escola de Negócios

hudson@hbescoladenegocios.com

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