O que uma câmera automática mostrou de um povo indígena isolado no Brasil
Pesquisadores usam armadilhas fotográficas para registrar imagens do povo Massaco, um dos 28 povos isolados do Brasil. A técnica visa proteger a comunidade sem estabelecer contato direto, permitindo estudar seu comportamento e características.
Especialistas usam armadilhas fotográficas para documentar o povo indígena Massaco, em Rondônia, sem entrar em contato com eles.
Esse povo vive perto da fronteira com a Bolívia e é um dos 28 povos isolados confirmados no Brasil.
A Funai demarcou a Terra Indígena Massaco, o primeiro território exclusivo para povos isolados, com a missão de protegê-los.
Janete Carvalho, da Funai, informou que o contato trouxe doenças devastadoras no passado, resultando na política de não contato.
A nova captura de imagens foi realizada em fevereiro de 2024, após anos de monitoramento com câmeras de movimento e imagens de satélite.
A pesquisa estima a população dos Massaco entre 220 a 270 pessoas. A equipe da Funai confirma que eles ocupam a área de aproximadamente 421 mil hectares.
As armadilhas fotográficas revelaram nove indígenas masculinos, entre 20 e 40 anos, e mostraram que, apesar do contato com objetos deixados, a curiosidade não levou os indígenas a se aproximarem.
Os Massaco utilizam armadilhas cortantes em trilhas, um método efetivo contra intrusos. Seus acampamentos e forma de vida são típicos de caçadores-coletores.
A política da Funai busca garantir a autodeterminação do povo Massaco sem interferir em seu modo de vida. Atualmente, não há ameaças de exploração em seu território.
As práticas de deixar ferramentas metálicas têm como objetivo evitar que busquem objetos fora da reserva, e as imagens recentes ajudam a entender melhor a vida dos Massaco.
Janete Carvalho expressa otimismo com a proteção do território, mas ressalta que o contato pode ser buscado no futuro devido a mudanças nas gerações.