O que se sabe sobre os arquivos que os EUA divulgaram sobre o assassinato de Martin Luther King Jr.
Documentos sobre o assassinato do reverendo Martin Luther King Jr. são liberados após ordem do presidente Donald Trump. A divulgação gera debates sobre a transparência e o histórico de vigilância do FBI em relação ao líder dos direitos civis.
Memphis - Documentos federais da investigação sobre o assassinato do reverendo Martin Luther King Jr. foram divulgados em 21 de agosto, após a liberação, em março, de documentos sobre a morte de John F. Kennedy.
Em janeiro, o presidente Donald Trump ordenou a divulgação de registros confidenciais sobre os assassinatos de RFK e King. A diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, e a procuradora-geral, Pam Bondi, coordenaram a análise dos documentos.
A Conferência de Liderança Cristã do Sul, liderada por King, se opõe à divulgação por questões de privacidade. A família King pediu que os arquivos fossem vistos no contexto histórico completo, ressaltando a dor contínua que a questão representa.
King foi assassinado em 4 de abril de 1968, em Memphis, durante uma greve de trabalhadores do setor de saneamento. O criminoso James Earl Ray foi capturado e se declarou culpado, mas mais tarde negou a acusação até sua morte em 1998.
Documentos do FBI revelam que King foi alvo de vigilância e campanhas de difamação. Algumas dúvidas sobre a participação de Ray ainda persistem. Em 1999, um julgamento civil concluiu que houve uma conspiração para assassinar King.
A ordem de liberação dos registros é vista como um “interesse nacional”, mas seu timing gerou ceticismo. Observadores questionam por que os documentos não foram divulgados antes, sugerindo que poderia ser uma manobra de relações públicas do governo de Trump.
Acadêmicos esperam que os documentos divulguem mais informações sobre a vigilância do FBI. Ryan Jones e Lerone A. Martin expressaram esperança, mas também cautela sobre as possíveis revelações.