O que se sabe sobre o caso de trabalhadores humanitários mortos por Israel em Gaza
Exército israelense admite erros após vídeo contradizer relatos sobre ataque a socorristas em Gaza. As investigações sobre o episódio controverso foram aceleradas em meio à pressão internacional e críticas sobre a conduta militar.
Exército israelense admite falhas em relatos sobre a morte de 15 pessoas em Gaza, segundo a ONU, todos paramédicos e trabalhadores de resgate.
A confissão ocorreu em 5 de novembro, após a divulgação de um vídeo pelo The New York Times, que contradizia a versão inicial das tropas. Os militares haviam alegado que dispararam porque os veículos “avançaram de forma suspeita”, mas o vídeo mostrava claramente as ambulâncias identificadas.
Após as inconsistências, o scrutínio internacional aumentou e o Exército Israelense se mobilizou para investigar mais rapidamente do que o habitual.
Depoimentos iniciais: os militares afirmaram que abriram fogo quando um comboio se aproximou sem sinais. Contudo, o vídeo prova que as luzes de emergência estavam acesas.
Oficiais militares afirmaram que seis dos mortos eram do Hamas, mas não apresentaram evidências. Um oficial falou sob anonimato e declarou que as tropas confundiram os socorristas com agentes do Hamas antes de abrir fogo.
O Socorro do Crescente Vermelho alegou que ambulâncias partiram para resgatar civis feridos e foram atacadas. Dos 17 socorristas enviados, da ONU e dos serviços de defesa civil, 15 corpos foram recuperados após negociações, mas um socorrista permanece desaparecido.
A organização denunciou o “alvo deliberado” e pediu uma investigação, considerando o fato um crime de guerra. Até agora, 27 membros do Crescente Vermelho morreram desde o início do conflito em 7 de outubro de 2023.
O analista Amos Harel classificou o caso como um importante teste para o novo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, tenente-general Eyal Zamir, em relação à reputação do Exército. Além disso, a questão da responsabilização permanece em aberto, com a organização Yesh Din reportando que apenas um de 573 casos de suspeita de crimes de guerra resultou em processo judicial no último ano.