O que os números da Heineken indicam para a Ambev (ABEV3) no 2T25?
Análise dos resultados da Heineken sugere um cenário desafiador para a Ambev, com queda projetada nos volumes de vendas. Mercado observa pressão competitiva e reajustes de preços que podem influenciar a performance da cervejaria nos próximos trimestres.
Resultados da Heineken, divulgados em 28 de agosto, indicam desempenho da Ambev (ABEV3) no 2T25, com balanço previsto para 31 de agosto.
A Heineken registrou queda de volumes de um dígito baixo no Brasil, melhorando em relação ao 1T25. A companhia reportou ajuste nos estoques e um ambiente de consumo fraco, que impactaram a receita líquida.
Segundo o Itaú BBA, a projeção de queda de volumes da Ambev é de 2,5% no 2T25, considerada otimista. Eles destacam que dados de alta do IBGE podem superestimar a realidade do sell-in, devido à redução de estoques.
O ambiente competitivo do 1º semestre foi caracterizado por defasagens nos preços. A Ambev antecipou aumentos, o que pode ter impactado sua participação no mercado.
Em contrapartida, o reajuste de 6% da Heineken em julho é visto como positivo para a Ambev, ajudando a reequilibrar a competitividade no 3T25. Este cenário é crítico, pois a Ambev busca compensar os custos de produção, projetados para crescer entre 5,5% e 8,5% ao longo do ano.
O Itaú BBA mantém o preço-alvo de R$ 15,00 para Ambev até 2025, com potencial de valorização de 11,1% sobre a cotação atual.
O Bradesco BBI avaliou que o desempenho da Heineken foi fraco*, especialmente em volumes, e vê um cenário desafiador para Ambev. Observou-se recuperação das vendas da Heineken após ajustes anteriores.
O segmento mainstream viu crescimento da marca Amstel, saltando para 15% no 1S25, enquanto a Heineken enfrenta desafios de crescimento no segmento premium.
O BBI notou uma mudança no discurso da Heineken em relação ao setor, passando de expectativa de crescimento para estagnação. Isso pode afetar a participação da Ambev.
Além disso, a Heineken anunciou aumento de preços e mudanças estratégicas, buscando reação a preços da Ambev. O novo aumento de capacidade produtiva da Heineken pode limitar espaço para novos aumentos de preços no setor.
Diante dessa análise, o Bradesco BBI mantém recomendação neutra para a Ambev, com preço-alvo de R$ 12,00, sem grandes revisões positivas nas projeções.