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O que o Brasil pode fazer para minimizar os riscos da guerra comercial iniciada por Trump?

Brasil busca alternativas através de negociações e novas parcerias comerciais para mitigar os impactos das tarifas impostas pelos EUA. Especialistas recomendam priorizar o diálogo e a defesa dos interesses nacionais em meio à guerra comercial global.

A aprovação da Lei da Reciprocidade Econômica pelo Congresso brasileiro, na semana passada, dá ao Brasil uma nova ferramenta de negociação para se defender das tarifas impostas pelo governo de Donald Trump.

Especialistas em diplomacia recomendam priorizar boas relações ao invés de retaliações. O presidente do conselho curador da Fundação FHC, Celso Lafer, afirma que o Brasil deve abrir consultas com os EUA antes de tomar medidas. Ele ressalta que os EUA têm superávit comercial com o Brasil.

Mais de 50 países já procuraram a Casa Branca para negociar as tarifas, que devem ser implementadas na quarta-feira, 9. O Brasil está entre os interessados.

Hussein Kalout, ex-secretário especial, destaca que a estratégia de negociação é a mais apropriada e produtiva, apontando que há uma margem para diálogo entre os países.

Ele argumenta que as altas tarifas em produtos não acabados brasileiros, como aço, podem impactar o preço final dos carros nos EUA. A retaliação só deve ser considerada se as negociações não avançarem.

Rubens Barbosa, presidente do Instituto de Relações Internacionais, sugere que o Brasil deve aguardar reações globais e então agir de forma pragmática junto à Organização Mundial do Comércio (OMC).

O governo brasileiro acredita que as medidas dos EUA ferem as regras da OMC, mas também busca utilizar mecanismos de retaliação cruzada, como no caso do algodão.

Com a crescente pressão comercial dos EUA, o Brasil deve ampliar laços comerciais com outras regiões, como a União Europeia e países asiáticos, além de reativar acordos comerciais pendentes.

A embaixadora da Dinamarca no Brasil, Eva Bisgaard Pedersen, afirmou que é crucial fortalecer parcerias internacionais e finalizar o acordo entre a UE e o Mercosul.

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