O que o Brasil pode (de verdade) oferecer aos EUA para atenuar o tarifaço de Trump
Negociações entre Brasil e EUA enfrentam desafios devido a demandas americanas genéricas, enquanto autoridades brasileiras tentam obter concessões em áreas estratégicas como etanol e terras raras. Especialistas acreditam que o alinhamento geopolítico e acordos comerciais também serão cruciais para o sucesso das tratativas.
Negociação Brasil-EUA: Discussões sobre tarifas comerciais de 50% propostas por Donald Trump são difíceis devido à falta de demandas claras dos EUA.
As autoridades e empresários brasileiros buscam redução ou adiamento das taxas, que entram em vigor na sexta-feira, 1º. Trump ainda não oficializou a medida.
As demandas americanas se dividem em três áreas:
- Jurídicas: Críticas a processos judiciais no Brasil.
- Geopolíticas: Críticas à participação do Brasil no Brics, considerado antiamericano.
- Comerciais: Questionamento sobre tarifas elevadas ao etanol americano.
Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil, se reuniu com empresas americanas para discutir mudanças regulatórias e abrir um canal de diálogo.
Concessões possíveis incluem a redução de tarifas ao etanol e a compra maior desse produto. Os EUA expressaram preocupações sobre desmatamento e tarifas altas, que afetam seus agricultores.
Acordos anteriores entre os EUA e outros países envolveram maior abertura de mercado. Contudo, o Brasil possui um superávit de US$ 1,7 bilhão no comércio bilateral, dificultando concessões.
Além disso, o Brasil possui a segunda maior reserva de terras raras, que poderiam ser mais exploradas para facilitar o acesso americano, reduzindo a dependência da China nessas matérias-primas.