O que Maduro pode fazer agora com poder ganho após vitória nas eleições
Eleições regionais e parlamentares na Venezuela trazem à tona questões sobre a legitimidade do governo de Maduro e a eficácia da oposição. A alta abstenção e o controle do CNE indicam um cenário político ainda mais complicado e divisões internas no campo opositor.
Eleição na Venezuela: No último domingo (25/05), ocorreram eleições regionais e parlamentares no país, surpreendendo com algumas mudanças.
O governo adiantou as eleições, que eram previstas para dezembro, em meio à dúvida da oposição sobre participar ou não.
A oposição, liderada por Edmundo González e María Corina Machado, reivindicou vitória nas eleições presidenciais de 28 de julho do ano passado, enquanto o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), pró-Maduro, o declarou vencedor sem apresentar detalhes de apuração.
Inovação nas eleições: pela primeira vez, ao ignorar o Tribunal Internacional de Justiça, foram eleitos governador e deputados da região de Essequibo, em disputa com a Guiana.
Antes da votação, o madurismo alertou sobre planos de "sabotar as eleições", resultando em delações em massa que incluíram o dirigente Juan Pablo Guanipa.
Participação: O CNE relatou 42,63% de comparecimento, cerca de nove milhões de pessoas, embora setores da oposição contestem que a participação foi menor.
Dos 24 governadores eleitos, apenas um é da oposição, e no pleito da Assembleia Nacional, a aliança chavista obteve 82,68% dos votos.
A analista Carmen Beatriz Fernández considera que estas eleições têm um novo caráter, favorecendo o controle de Maduro e limitando a dinâmica parlamentar.
Ela acredita que o governo busca legitimidade externa e um controle duradouro na política venezuelana, enquanto Eugenio Martínez critica a representatividade da Assembleia Nacional.
A oposição se encontra dividida, com partidos tradicionais desmantelados e novas formações surgindo sob intervenção judicial.
A abstenção por parte de setores da oposição é vista como uma fraqueza institucional, enquanto a estratégia eleitoral da oposição, encabeçada por Machado, pode perder apoio devido à nova configuração política.
Contexto: Após as eleições de 28 de julho, o cenário internacional não favorece a oposição; aliados históricos agora buscam outros interesses.
Em suma, apesar de mudanças sutis nas dinâmicas políticas, a consolidação do regime de Maduro permanece inalterada, criando um desafio contínuo para a oposição na Venezuela.