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'O que Israel faz em Gaza não tem precedentes no século 21', diz historiador israelense especialista em holocausto

Omer Bartov, especialista em genocídio, afirma que as ações de Israel em Gaza se configuram como um caso de genocídio, revelando uma mudança em sua posição anterior. O professor discute a indiferença da sociedade israelense e o impacto das políticas israelenses sobre a população palestina.

Omer Bartov, professor de estudos sobre Holocausto e genocídio, classifica as ações de Israel em Gaza como genocídio, conforme afirmou à BBC News Mundo.

Bartov, um dos maiores especialistas em genocídio do mundo, inicialmente hesitou em rotular a situação em Gaza como tal, mas mudou de opinião devido ao consenso entre especialistas. Ele destaca que a indiferença de muitos israelenses ao sofrimento palestino é perturbadora.

Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, Israel lançou uma campanha militar que resultou em mais de 54.470 mortes em Gaza, incluindo mais de 17 mil crianças, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas.

Bartov argumenta que a intenção de destruir Gaza está presente nas declarações de líderes israelenses e nas operações militares, que, segundo ele, têm como alvo a população civil. Ele faz comparações alarmantes com a Nakba de 1948 e afirma que a destruição em Gaza é sem precedentes.

A situação na Cisjordânia também é crítica, com desalojamentos forçados em andamento, enquanto a comunidade internacional observa.

Bartov menciona que a prestação de contaspor crimes cometidos é essencial e nota que a opinião pública ocidental está se voltando contra Israel, o que pode ter consequências a longo prazo. Ele compara a assistência militar e diplomática recebida por Israel ao apoio a regimes autoritários.

Em sua análise, Bartov vê o atual genocídio em Gaza como o resultado de décadas de opressão e a incapacidade de Israel de aceitar uma convivência pacífica com os palestinos.

Ele conclui que críticas às ações israelenses frequentemente são silenciadas com acusações de antissemitismo, um fator que ele acredita contribuir para o aumento do sentimento antijudaico global.

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