HOME FEEDBACK

O que é a 'supercana' de Eike Batista, a nova aposta para reerguer seu império

Eike Batista retoma sua trajetória empresarial com investimento de US$ 500 milhões em projeto de cana-de-açúcar inovadora, mas enfrenta ceticismo no setor. O empresário busca convencer críticos de que sua "supercana" pode revolucionar a produção de biocombustíveis e embalagens sustentáveis.

Eike Batista, empresário brasileiro, anunciou seu retorno aos negócios após quase uma década, utilizando suas redes sociais para divulgar um investimento de US$ 500 milhões (R$ 2,95 bilhões) para explorar uma nova variedade de cana-de-açúcar, chamada de "supercana", focada na produção de combustível de aviação e embalagens sustentáveis.

No post, ele mencionou Elon Musk, sugerindo um diálogo sobre a “supercana”, um projeto que visa produzir duas a três vezes mais etanol por hectare que a cana convencional. No entanto, o anúncio gerou reações divididas, entre aplausos e ceticismo, dado o histórico de Eike, que inclui ascensão rápida e ruína de seu império X.

Eike, preso em 2017 e condenado por crimes contra o mercado de capitais, alegou ser vítima de má gestão e de falta de paciência do mercado brasileiro. Ele comparou sua situação à de Musk, que quase pediu falência em 2019, mas foi apoiado no mercado americano.

O setor canavieiro, no entanto, é cético em relação à “supercana”. Muitos no setor têm histórico de pesquisas em variedades semelhantes que falharam. O empresário Rubens Ometto, da Cosan, expressou dúvida sobre o projeto, afirmando que tentativas anteriores foram abortadas.

Sizuo Matsuoka, agrônomo envolvido no projeto de Eike, tem um histórico em melhoramento genético da cana. O foco de seu trabalho é transformar açúcar em celulose, mas o conceito de "cana-energia" foi descartado por muitos centros de pesquisa.

Eike defende que o objetivo da “supercana” é produzir plástico biodegradável e combustível sustentável. Projeções incluem a plantação de 50 hectares em 2024 e ampliação para 70 mil hectares até 2031, apesar de críticas sobre a viabilidade da produção e processamento do bagaço.

“Estamos aqui para criar algo verdadeiro”, declarou Eike, buscando apoio de cooperativas e desafiando a desconfiança com uma visão inovadora.

Leia mais em globo