O que acontece se a usina nuclear de Fordow, no Irã, for explodida?
Ataques a usinas nucleares iranianas por Israel aumentam assustadoramente as tensões na região. Especialistas alertam para os riscos relacionados ao processo de enriquecimento de urânio e à segurança das instalações.
Conflito Israel-Irã: Ataques a usinas nucleares levantam preocupações
Os ataques israelenses contra usinas nucleares no Irã preocupam a comunidade internacional. Ao menos três instalações, incluindo a de Fordow, foram bombardeadas. Esta usina é considerada vital, pois abriga a maior operação de enriquecimento de urânio do Irã.
Eduardo Cabral, da Comissão Nacional de Energia Nuclear, esclarece que “usina nuclear” nem sempre se refere a um reator. Quando falam de “usina de enriquecimento”, referem-se a uma instalação industrial.
Uma explosão na usina geraria mais um problema químico do que nuclear. O processo de enriquecimento do urânio envolve transformações do minério em yellowcake e, em seguida, em hexafluoreto de urânio numa atmosfera perigosa, principalmente se estiver próxima à superfície.
A usina de Fordow fica em Qom, subterrânea, a 80-90 metros abaixo do solo. Construída entre 2002 e 2004, foi uma resposta a ameaças de ataques militares. A instalação abriga até 3.000 centrífugas para o enriquecimento. Hoje, conta com 2.700 centrífugas operando a 60% da capacidade.
Israel defende os bombardeios como medidas para encerrar o programa nuclear do Irã. A coordenadora Fernanda Brandão destaca a importância da usina de Fordow na produção de urânio.
Em 2023, a AIEA detectou partículas de urânio enriquecidas com 83,7%, próximo dos 90% necessários para a fabricação de uma bomba nuclear.