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O que acontece com seu cérebro quando você assiste a vídeos online em velocidades mais rápidas do que o normal

Estudo revela que o aumento da velocidade de reprodução de vídeos pode comprometer a retenção de informações, principalmente entre adultos mais velhos. Pesquisadores alertam para os riscos de sobrecarga cognitiva e perda de aprendizado em velocidades acima de 1,5x.

Uso de Velocidades Mais Rápidas em Conteúdos Online

Muitos têm adotado o hábito de ouvir podcasts, audiolivros e conteúdos online em velocidades mais altas. Uma pesquisa na Califórnia revelou que 89% dos estudantes mudaram a velocidade de aulas online.

Vantagens:

  • Consumo de mais conteúdo em menos tempo;
  • Permite revisitar material para uma melhor compreensão;
  • Ajuda a manter a atenção e o engajamento.

Desvantagens:

Pesquisadores identificam três fases da memória: codificação, armazenamento e recuperação. A velocidade de fala média é de 150 palavras por minuto, mas pode ser dobrada. No entanto, a carga cognitiva pode exceder a capacidade da memória de trabalho, levando à perda de informação.

Uma meta-análise examinou 24 estudos sobre videoaulas em diferentes velocidades. Resultados mostraram que:

  • Velocidades até 1,5x têm efeito negativo pequeno;
  • Velocidades de 2x ou mais resultam em perdas significativas no desempenho.

Pessoas Mais Velhas: Estudo na meta-análise indicou que adultos com 61 a 94 anos são mais afetados por velocidades rápidas do que jovens (18 a 36 anos). Isso sugere que adultos mais velhos devem usar velocidades normais ou lentas para melhor retenção.

Questões em Aberto:

  • Impacto a longo prazo da reprodução rápida na memória e funções mentais;
  • Possibilidade de efeitos negativos da fadiga mental.

Apesar de não afetar o desempenho da memória, a experiência pode ser menos agradável, afetando a motivação para aprender. A popularidade da reprodução rápida sugere que com o tempo isso pode se tornar mais aceitável.

Por fim, espera-se entender melhor esses processos nos próximos anos.

Marcus Pearce é Professor Associado em Ciência Cognitiva na Queen Mary University of London.

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