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O preço do 'apartheid de gênero' dos talibãs no Afeganistão: 6% do PIB perdidos com exclusão das mulheres

A exclusão das mulheres do mercado de trabalho e do espaço público compromete gravemente a economia afegã. A ONU destaca que a falta de oportunidades para as mulheres resultará em perdas significativas para o PIB do país nos próximos dois anos.

Restrições impostas aos direitos das mulheres no Afeganistão podem custar cerca de 6% do PIB do país em dois anos, segundo o chefe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

A ONU denunciou um “apartheid de gênero” desde 2021, com a exclusão das mulheres do espaço público, prohibições em:

  • Parques
  • Universidades
  • Academias
  • Salões de beleza

O relatório do Pnud estima perdas acumuladas de US$ 920 milhões (R$ 5,2 bilhões), representando 5,8% do PIB afegão entre 2024 e 2026.

Stephen Rodriques, diretor da agência da ONU no Afeganistão, afirma que isso é um golpe importante para a economia. A taxa de emprego feminino caiu de 15% antes do retorno dos talibãs para apenas 7% atualmente.

Rodriques argumenta que permitir que as mulheres retornem ao trabalho e viagem sem acompanhante poderia aumentar significativamente essa cifra, além de incentivar doadores internacionais a liberar mais fundos.

Atualmente, mais de metade dos 45 milhões de habitantes do Afeganistão já necessita de ajuda humanitária, e o país enfrenta a segunda maior crise humanitária do mundo, atrás apenas do Sudão.

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