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O pior país do mundo para ficar grávida

Mortalidade materna na Nigéria continua alarmante, com uma morte a cada sete minutos. Falta de infraestrutura e profissionais de saúde agrava a situação, afetando milhares de mulheres gravidas no país.

Nafisa Salahu, 24 anos, enfrentou risco de morte ao dar à luz na Nigéria, onde uma mulher morre de parto a cada sete minutos.

Ela entrou em trabalho de parto durante uma greve de médicos. Sem especialistas disponíveis, enfrentou complicações por três dias até ser submetida a uma cesariana. Embora tenha sobrevivido, seu bebê não resistiu.

A Nigéria é considerada o país mais perigoso do mundo para dar à luz, com uma taxa de mortalidade materna de uma a cada 100 mulheres, conforme dados de 2023 das Nações Unidas.

O país é responsável por 29% das mortes maternas globais, com 75 mil óbitos por ano. Muitas mortes são evitáveis, como as por hemorragia pós-parto.

Fatores como falta de infraestrutura, escassez de médicos e cultura contribuem para a alta mortalidade. Mabel Onwuemena, da Fundação Women of Purpose, alerta que algumas mulheres preferem tratamentos tradicionais.

Atualmente, o governo investe apenas 5% do orçamento em saúde, muito abaixo da meta de 15% estabelecida pela União Africana.

A escassez de médicos e instalações adequadas desestimula a busca por atendimento. Muitas mulheres enfrentam desafios para acessar os hospitais, como o custo elevado e a falta de transporte.

A diretora Nana Sandah-Abubakar, da Agência Nacional de Desenvolvimento da Assistência Primária à Saúde, anunciou a Iniciativa de Redução da Mortalidade Materna (Mamii), visando reduzir mortes em 33 Estados.

O programa cadastrou 400 mil mulheres grávidas e visa conectar chamadas a serviços de saúde, além de melhorar o transporte.

Enquanto novas iniciativas são lançadas, especialistas pedem um financiamento adequado e monitoramento contínuo para garantir resultados positivos.

A cada dia, 200 mulheres morrem no país, refletindo a tragédia de famílias, como a de Henry Edeh, que ainda lamenta a irmã perdida no parto.

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