O papel fundamental da China na construção do “grande Brics”
China lidera a transformação do Brics, ampliando a influência do bloco em um mundo multipolar. Através de iniciativas como o financiamento do desenvolvimento urbano na Amazônia, o país reforça seu papel como força motriz em projetos globais e cooperação emergente.
No coração da Amazônia, uma transformação silenciosa está ocorrendo. Em março de 2018, o NDB (Novo Banco de Desenvolvimento) do Brics aprovou um empréstimo de US$ 50 milhões para o Estado do Pará, Brasil, focando em 9 municípios ao longo da rodovia Transamazônica. A conclusão do projeto está prevista para 2024, trazendo resultados tangíveis.
A China, como membro-fundadora do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), defende a expansão institucional e o multilateralismo inclusivo. Seu papel foi crucial na criação do Banco dos Brics, oferecendo uma alternativa ao Banco Mundial e ao FMI.
Até 2024, o NDB aprovou empréstimos de US$ 35 bilhões para 105 projetos, incluindo:
- Transporte Urbano de Mumbai-3, Índia
- Energia Eólica Serra da Palmeira, Brasil
- Logística da Cadeia Fria, Jiangxi, China
A China também promoviu o modelo “Brics Plus”. Esta estratégia visa cooperar com outros mercados emergentes, fortalecendo o bloco. A inclusão de novos membros como Indonésia, Egito e Arábia Saudita é a mais significativa até agora, aumentando o peso do Brics.
Além da ampliação, a China lidera a cooperação prática dentro do Brics, defendendo reformas em instituições como o Conselho de Segurança da ONU para dar mais voz às economias emergentes. Apesar das diferenças, a China destaca a identidade compartilhada dos membros do Brics.
A liderança da China no Brics vai além da filiação. Ao estabelecer instituições-chave, promover a expansão do bloco e agir como a voz do Sul Global, a China molda o Brics em uma força crescente no sistema internacional.