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O papa favorito dos ateus? Como influência de Francisco foi além do catolicismo

Papa Francisco ficou conhecido por seu discurso acolhedor em relação aos ateus e não católicos, promovendo um diálogo aberto e inclusivo. Sua liderança reformista conquistou a simpatia de muitos, refletida em pesquisas que mostram crescente aprovação entre não crentes.

Papa Francisco, falecido em 21 de abril, foi um líder que se destacou por sua abordagem inclusiva em relação ao ateísmo e à diversidade religiosa. Em um vídeo de 2018, ele consolerou um menino de 12 anos sobre a vida pós-morte de seu pai ateu, afirmando que “Deus tem o coração de um pai”.

Essa visão contrastou com a de seu antecessor, papa Bento 16, que associou o ateísmo ao extremismo nazista. Francisco buscou um diálogo aberto com não-crentes, promovendo uma Igreja menos condenatória e mais acolhedora.

Pesquisas do Pew Research Center indicam que 56% dos americanos sem afiliação religiosa tinham uma imagem favorável do papa em 2023, comparado a 39% em 2013. Seu foco na ação humana e no amor ao próximo ressoou com ateus e agnósticos.

O padre Luís Corrêa Lima, da PUC-Rio, atribui essa aceitação à postura dialogante de Francisco. Ele também enfatizou a necessidade de uma Igreja que olhe para além de si mesma, com documentos como a encíclica Laudato si, que declara a Terra como "Casa Comum".

Francisco abordou questões como a acolhida a homossexuais e a bênção a casais do mesmo sexo, além de se opor ao extremismo político. Ele mediou acordos internacionais e defendeu os direitos humanos, como a imigração.

A postura do papa atraiu a admiração de pessoas como Léo Kaufmann, um ateu que destacou a importância da atitude acolhedora do papa, enfatizando que “caráter não tem religião”.

O papa também promoveu o respeito entre diferentes religiões, simbolizado por sua visita a um centro de refugiados, onde lavou os pés de pessoas de várias crenças.

A história do ateísmo evoluiu ao longo dos séculos, refletindo mudanças culturais e sociais. O futuro da Igreja Católica após Francisco ainda é incerto, com esperanças de que seu legado de abertura e diálogo continue.

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