O mais difícil para o setor naval é mão de obra, diz líder de estaleiro que investe R$ 250 milhões em Niterói

Setor Naval Brasileiro em Transformação

No auge, há duas décadas, o setor naval brasileiro empregava cerca de 120 mil pessoas. A demanda por plataformas no pré-sal trouxe crescimento, mas a Operação Lava Jato e a redução de investimentos da Petrobras levaram à retração. O vice-presidente do Estaleiro Mac Laren, Alexandre Kloh, destaca que o número de empregos caiu para 30 mil.

O estaleiro, com 87 anos de história, adaptou-se e investe R$ 250 milhões para um novo dique em Niterói. Recentemente, fechou contrato de R$ 270 milhões com a Transpetro para a construção de quatro navios petroleiros, marcando a renovação da frota nacional após mais de uma década.

Desafios e Oportunidades

• Recuperação da mão de obra: Trazer de volta a expertise técnica perdida nos últimos anos.
• Requalificação: Parceria com o Sistema S para treinar profissionais.
• Salários atrativos: Soldadores ganham de R$ 4,5 mil a R$ 8 mil.
• Política de governo: Necessidade de reduzir impostos, como o ICMS, para aumentar a competitividade.

Kloh comentou sobre o impacto da Lava Jato e a falta de uma política governamental que favoreça o setor naval, comparando com a construção naval na China.

A empresa está implementando um dique modular flutuante, que será o terceiro maior do país, com investimentos de R$ 250 milhões. Espera gerar 1.500 empregos diretos durante a construção. O contrato com a Transpetro marca um retorno às origens e sinaliza uma retomada positiva do setor, com oportunidades enormes no mercado marítimo e na exploração de novas bacias.