O jornalista que criava jornais
A trajetória de Irineu Marinho revela não apenas sua habilidade como jornalista, mas também a importância da colaboração e das relações pessoais na construção do sucesso. Suas "domingueiras" com dona Chica foram fundamentais para a consolidação de parcerias e a integração entre o público e privado no ambiente jornalístico.
Irineu Marinho: nascido em 1876, fundou o jornal “A Noite” em 1911 e faleceu em 1925, pouco após criar “O Globo”. Sua vida ilustra um jornalista inovador que não apenas reportava, mas também transformava o cenário jornalístico.
Em um período de mudanças significativas, Irineu iniciou sua carreira na imprensa em 1891, durante a transição à República. A nova ordem promovia a indústria, urbanização e trabalho de imigrantes, impactando o jornalismo.
Irineu, aos 15 anos, decidiu dedicar-se ao setor, aprendendo com veteranos em redações. Sua experiência foi fundamental para sua entrada na “Gazeta de Notícias”, que o preparou para fundar o seu próprio veículo.
O sucesso de “A Noite” se deveu à sua habilidade de conhecer o público do Rio de Janeiro, refletindo suas transformações. Marinho e sua esposa, Dona Chica, formaram uma parceria colaborativa, essencial para o desenvolvimento do jornal.
Dona Chica organizava almoços semanais que estreitavam laços entre os colaboradores, facilitando o agenciamento de negócios e amizades, dissolvendo as barreiras entre os âmbitos pessoal e profissional.
Além disso, Marinho previu uma economia urbana focada na indústria da informação e do entretenimento. Ele superou as limitações do pensamento agrícola da época, oferecendo novas possibilidades de inscrição para jornalistas e artistas.