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O eleitor vota de acordo com sua percepção, e a percepção é a de um governo sem rumo

Percepções contrastantes sobre a economia moldam a visão de investidores e cidadãos, independentemente dos dados reais. A capacidade do governo de gerar credibilidade será crucial para definir os rumos políticos futuros.

A realidade molda percepções de maneira complexa, como já destacava Pirandello em 1917. Nos dias de hoje, Martin Wolf, do Financial Times, acrescenta que “as pessoas não têm apenas opiniões, têm seus próprios fatos”.

O presidente Trump adotou o desatino como método, impactando o mercado: entre sua posse e maio, o índice Dow Jones caiu 6,4%, o S&P 6,6% e o Nasdaq quase 10%. Isso resultou em uma queima de trilhões de dólares em capital, afetando 62% da população que detém ações.

Uma pesquisa da YouGov, encomendada pela The Economist, revelou que 43% dos investidores republicanos viam o mercado em boa condição, enquanto apenas 16% dos democratas compartilhavam essa opinião, demonstrando que a percepção do mercado pode divergir da realidade.

No Brasil, a economia apresenta inconsistências. Apesar de caminharmos na direção errada devido à falta de um projeto político consistente, o primeiro trimestre de 2025 mostrou uma expansão do PIB de 3,5%, com inflação alta, mas controlada.

O desemprego em abril foi o menor da história, e a massa de rendimento real cresceu 7,7% ao ano. O número de trabalhadores com carteira assinada atingiu 48,12 milhões e o salário mínimo real aumentou 7% sob o novo governo.

A falta de consistência na política econômica, por conta de ideias populistas, pode levar a uma deterioração dos indicadores de atividade. A baixa popularidade do governo reflete não uma crise econômica, mas a incapacidade de criar uma sensação de bem-estar. Essa percepção de governo sem rumo poderá ter consequências sérias nas eleições de 2026.

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