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O dólar é um vaso trincado

A crescente rejeição aos títulos do Tesouro dos EUA e a deterioração das contas públicas indicam uma possível mudança na hegemonia econômica global. Especialistas alertam para o impacto duradouro na confiança do dólar como moeda de reserva.

Reviravolta na economia global: A transformação provocada pelo presidente Donald Trump não se resume ao tarifaço. O foco é a perda de hegemonia dos EUA e o declínio do dólar como moeda de reserva. O impacto nas áreas monetária e geopolítica é irreversível.

A valorização dos treasuries dos EUA está em queda, com altos juros de longo prazo determinados pelo mercado, não apenas pelo Federal Reserve. O secretário do Tesouro afirmou que o tarifaço é apenas uma parte das ferramentas econômicas.

A Moody’s rebaixou a nota de crédito dos EUA, seguindo a Fitch e a S&P. Países como Japão e China estão trocando títulos por outros ativos, ampliando a oferta e pressionando ainda mais os juros.

A deterioração das contas públicas é crítica; a dívida ultrapassa US$ 36 trilhões e a despesa com juros chega a US$ 1 trilhão por ano. A falta de disposição política para reverter essa situação é alarmante.

Trump propõe uma redução de impostos não compensada pela arrecadação tarifária. O Fundo Monetário Internacional alertou sobre o crescimento do rombo fiscal e a perda de confiança no dólar.

Ainda não há substituto para o dólar como moeda de reserva global. A diversificação inclui ouro, euros, francos suíços e criptomoedas, mas esses ainda são insuficientes.

Mudanças monetárias e cambiais são inevitáveis; a história mostra que a libra esterlina foi substituída pelo dólar, que perdeu a convertibilidade em ouro em 1971. Atualmente, a confiança no dólar é frágil, não apenas por questões de dívida, mas pela falta de condições políticas para sua recuperação.

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