O day after da tarifa de Donald Trump ao aço brasileiro deixa o setor siderúrgico em choque
Nova tarifa de 25% sobre o aço brasileiro gera preocupação na indústria nacional e expectativa de negociações com os EUA. Especialistas alertam para potenciais perdas e um cenário competitivo desafiador no mercado americano.
Indústria siderúrgica brasileira
Até o dia 11, as empresas brasileiras esperavam um adiamento da decisão. Contudo, Trump foi inflexível.
O Instituto Aço Brasil mantém negociações com os EUA, buscando um novo acordo de cotas de exportação. O presidente do instituto, Marco Polo de Melo Lopes, afirmou que o rompimento do acordo anterior, ativo por seis anos, não é benéfico para nenhum dos lados.
Desde 2018, o Brasil estava isento da tarifa devido a um acordo de “hard quotas”, com limites anuais de exportação. Agora, com a taxação, as siderúrgicas brasileiras enfrentam um mercado competitivo de 26 milhões de toneladas.
ArcelorMittal e Ternium, importantes players do setor, estão buscando alternativas para minimizar perdas. A CSN também enfrenta compromissos significativos relacionados à tarifa e pode perder US$ 200 milhões anualmente.
Os preços de produtos laminados de aço nos EUA aumentaram, com a Nucor já reajustando preços de vendas. A média da tonelada da bobina a quente está em US$ 950, enquanto no Brasil é de R$ 4,5 mil.
Especialistas sugerem prudência e negociação diplomática, já que a nova administração americana gera incertezas. Renê Medrado, do escritório Pinheiro Neto Advogados, alerta que a tarifa pode resultar em prejuízos para os consumidores americanos e afeta o sistema multilateral de comércio global.
O Instituto Aço Brasil projeta que a falta de um novo acordo trará perdas tanto para a indústria brasileira quanto para a americana.