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O ChatGPT está nos deixando burros?

O uso de ferramentas de inteligência artificial como o ChatGPT pode potencializar ou limitar nossa capacidade de pensamento crítico. A forma como nos relacionamos com essas tecnologias determinará o futuro da nossa inteligência e criatividade.

Em 2008, a revista The Atlantic questionou: "O Google está nos deixando burros?" O autor Nicholas Carr sugeria que ferramentas de busca estavam prejudicando a capacidade de pensar e reter conhecimento.

Hoje, com o avanço da inteligência artificial generativa, como o ChatGPT, surge uma nova preocupação: estamos terceirizando o pensamento? Essas ferramentas não só recuperam informações, mas também podem criar e resumir conteúdos, levando à questão crítica sobre sua influência na capacidade cognitiva humana.

O uso passivo da IA pode enfraquecer o pensamento crítico e a curiosidade intelectual. Isso está relacionado ao efeito Dunning-Kruger, onde usuários menos informados podem superestimar suas habilidades por não saberem o que não sabem.

Dois caminhos emergem na utilização da IA:

  • Declínio intelectual: Usuários deixam a IA pensar por eles.
  • Aumento cognitivo: Usuários utilizam a IA para potencializar suas habilidades.

A diferença na experiência do usuário com o ChatGPT depende de como ele é utilizado. Quando empregado como recurso complementar, pode estimular diálogos intelectuais e expandir capacidades. Porém, quando usado de forma acrítica, pode levar à acomodação intelectual.

A adoção massiva do ChatGPT representa uma encruzilhada: o futuro do trabalho dependerá de como integramos a IA na nossa rotina. O uso da IA deve ser uma parceria, não uma substituição do raciocínio humano.

A questão final é: Como usaremos o ChatGPT para nos tornar mais inteligentes?

Aaron French é professor assistente de Sistemas de Informação na Universidade Estadual de Kennesaw, EUA.

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