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‘O Brasil nunca se recusou a negociar; quem critica são os traidores da Pátria’, diz Rubens Ricupero

Ex-ministro Rubens Ricupero defende que o Brasil está em uma posição vantajosa na disputa tarifária com Trump. Ele ressalta que, apesar da queixa na OMC ter um valor legal, sua eficácia é limitada pela postura do presidente americano.

Brasil se posiciona bem em guerra das tarifas

O ex-embaixador e ex-ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, avaliou a situação do Brasil na guerra tarifária iniciada por Trump. Apesar do déficit comercial com os Estados Unidos há 17 anos, o Brasil possui reservas em dólares que financiam suas importações por até 16 meses.

Durante entrevista ao Estadão/Broadcast, Ricupero afirmou que a queixa do Brasil na OMC possui valor legal e moral, mas sem eficácia prática, pois Trump não respeita as regras.

Principais pontos destacados:

  • O comércio com os EUA é importante, mas não prioritário para o Brasil.
  • O Brasil exporta apenas 12% para os EUA, enquanto outros países da América do Sul destinam até 80%.
  • A China é o maior parceiro comercial, responsável por 30% das exportações brasileiras.
  • O comércio exterior do Brasil é diversificado, com 15% a 16% das exportações destinadas à Europa.

Ricupero apontou que, apesar de o Brasil já ter protocolado a queixa na OMC, não há esperança de resposta efetiva, dado o desprezo de Trump pela entidade. Além disso, destacou a falta de contato entre os presidentes do Brasil e dos EUA, diferente de outros países.

Sobre comentários de Lula em relação à criação de uma moeda para o comércio entre os Brics, Ricupero acredita que essa ideia não traz resultados práticos e que os exportadores preferem receber em dólar. A crítica ao governo brasileiro, segundo ele, vem de “traidores da Pátria”, pois o Brasil nunca se negou a negociar. Em março e maio, o Brasil enviou delegações e cartas aos EUA solicitando uma resposta, mas sem retorno.

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