O Brasil não controla a narrativa sobre a Amazônia
Brasil enfrenta desafios na comunicação internacional sobre desmatamento da Amazônia, que afetam sua imagem e comércio. Abordar proativamente a questão ambiental é crucial para preservar a reputação do país no mercado global.
Encontro em Joanesburgo: Na última semana, um encontro interministerial sobre pequenas e médias empresas aconteceu na África do Sul, preparando para o G20 de dezembro.
Durante o credenciamento, um participante provocou: “Mas vocês no Brasil estão queimando a Amazônia para plantar soja!”. Essa interação reflete o desafio à imagem do Brasil no exterior.
Mencionar o Brasil costuma gerar sorrisos, mas falar sobre mudanças climáticas levanta desconfiança, com foco no desmatamento da Amazônia. O Brasil ainda comunica-se mal internacionalmente, destacando problemas ao invés de conquistas, o que tem impacto econômico.
Eventos como os interministeriais da África do Sul são essenciais para negociações profundas e decisões que impactam o Brasil. Abordar o desmatamento proativamente é crucial para melhorar essa narrativa.
Apesar de uma abordagem indelicada, o incidente revelou que o desmatamento é o “elefante na sala” que o Brasil evita discutir. No painel, pedi para que os presentes imaginassem se seus países fossem cobertos por uma floresta densa, para mostrar a complexidade de proteger a Amazônia.
Amazônia: 80% de cobertura original. Desde 2019, 96% do desmatamento é ilegal; 4% é compensado por reflorestamentos. Mesmo com picos de desmatamento, os índices são inferiores aos do início dos anos 2000, devido a iniciativas como o PPCDAm e melhorias tecnológicas.
Representantes brasileiros devem incluir essas conquistas na comunicação exterior. Apex e Invest São Paulo são exemplos de competência em promoção. Contudo, em questões climáticas, deixamos que países concorrentes controlem a narrativa, afetando nossa imagem e economia. É hora de mudar essa realidade.