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O antissistema: muitos bolsonaristas de hoje já foram petistas nos anos 90

Estudo revela que um em cada três eleitores acima de 50 anos que apoiam Bolsonaro votaram em Lula no passado. A pesquisa indica um eleitorado marcado pela busca de mudanças em meio a um sistema que gera frustrações e dilemas.

Resistência política no Brasil se manifesta de diversas formas, incluindo a trajetória de um eleitorado que transita entre ideologias. Atualmente, muitos que apoiam Jair Bolsonaro já votaram em Lula no passado.

Um estudo do RealTime Big Data revela que, entre 1.000 entrevistados acima de 50 anos, 307 votaram em Lula anteriormente, mostrando um ciclo de desilusão e transformação ideológica.

Esse eleitor é predominante homem, reside no Sudeste e possui renda média de cinco a dez salários mínimos, enfrentando dificuldades financeiras apesar de uma vida financeira razoavelmente confortável.

A desilusão com os serviços públicos e a percepção de um sistema que prejudica sua condição de vida geram uma intensa ansiedade por mudanças.

Historicamente, as transições políticas no Brasil foram difíceis, com a escolha do primeiro presidente pós-regime militar não sendo direta. O impeachment de Fernando Collor e a ascensão de Fernando Henrique Cardoso caracterizaram um período de estabilidade, mas muitas críticas surgiram, especialmente pelas exigências da classe média.

A eleição de Lula em 2002 prometia uma ruptura com o sistema, mas escândalos de corrupção como o mensalão desacreditaram suas promessas, levando à formação de novos partidos, como o PSOL.

Após crises econômicas e o impeachment de Dilma Rousseff, Jair Bolsonaro emergiu como uma figura de mudança. Contudo, sua atuação durante a pandemia e a vitória de Lula em 2022 reforçam tensões no eleitorado, que busca um antiestablishment.

Os apoiadores de Bolsonaro, mesmo enfrentando novos desafios, ainda veem nele uma esperança para romper com o sistema, buscando também potencial sucessores dentro do seu círculo familiar.

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