O acordo UE-Mercosul, os agrotóxicos e o PL da devastação
Lula solicita a Macron solução para impasse no acordo UE-Mercosul, enquanto França impõe restrições rigorosas em produtos agrícolas. Ex-ministros alertam que fragilização das normas ambientais no Brasil pode prejudicar negociações comerciais e compromissos internacionais.
Lula pede a Macron: finalizar acordo UE-Mercosul no Dia do Meio Ambiente, 5 de junho.
Macron responde: pressão de agricultores franceses é forte, devido a padrões de produção rigorosos na França.
França considera texto atual do acordo “inaceitável” e deseja melhorias, incluindo cláusulas para garantir que produtos importados sigam as normas ambientais da UE.
França já possui regras severas em agricultura e pecuária, com proibições a agrotóxicos tóxicos e metas de redução no uso de produtos químicos até 2030.
Agrotóxicos proibidos:
- Neonicotinoides: inseticidas fatais a polinizadores.
- Tiacloprido: associado à mortandade de abelhas.
- Clorpirifós: banido por riscos à saúde.
- Glifosato: amplamente utilizado no Brasil, mas em discussão para restrições na Europa.
Macron aponta que adaptação às normas europeias é fundamental para o acordo avançar.
Ex-ministros do Meio Ambiente brasileiros alertam que PL 2.159/2021 prejudica o fechamento do acordo.
Em carta, destacam que o desmonte de processos de licenciamento ambiental enfraquece as negociações, permitindo competição desleal para produtos do Mercosul.
O grupo critica a autoavaliação e a fragilidade do licenciamento, que pode ser mais político do que técnico.
Ambientalistas também se manifestam contra o PL, afirmando que ele colide com compromissos do acordo, desrespeita direitos dos indígenas e ignora normas de proteção ambiental.
Conclusão: A fragilização das leis ambientais pode prejudicar as relações comerciais entre Brasil e UE, especialmente no contexto de mudanças climáticas e proteção da biodiversidade.