Novo regime cambial da Argentina arrisca reacender a inflação, alertam analistas
Impacto da nova política cambial de Javier Milei gera incertezas no setor varejista e leva comerciantes a hesitar nos preços. Com o peso desvalorizado, a preocupação com a inflação e a baixa demanda força os empresários a agir com cautela.
Impacto das novas medidas econômicas na Argentina
Na manhã de segunda-feira (14), Carlos Abons e sua equipe pararam as vendas em Buenos Aires. O motivo? A estreia do plano do presidente Javier Milei para desfazer os controles cambiais.
O peso argentino desvalorizou 10% ao abrir o mercado, atingindo 1.195 por dólar. Essa medida faz parte do programa de US$ 20 bilhões com o FMI.
A decisão de Milei tomou os varejistas de surpresa, levando alguns a ajustar os preços com cautela, temendo uma nova onda de inflação, que ele havia combatido com sucesso no último ano.
Consultorias como a MAP e a FMyA aumentaram suas previsões de inflação, prevendo uma inflação anual de 33% e 32%, respectivamente.
Os comerciantes enfrentam um dilema: os produtos importados subiram imediatamente, mas a demanda está baixa, dificultando um repasse total dos aumentos aos consumidores.
A expectativa é que a situação não fuja do controle, devido à confiança nas políticas econômicas de Milei e à demanda reprimida no mercado.
Segundo Fernando Furci, da Câmara Argentina de Importadores, as empresas estão agindo com cautela: “Ninguém está em posição de agir agressivamente”, enfatiza.