Novo regime cambial argentino terá sua prova de fogo nesta segunda-feira
Visita do secretário do Tesouro dos EUA ocorre no dia em que o novo regime cambial argentino entra em vigor. Mudanças visam facilitar transações e estimular a economia, mas riscos de desvalorização e inflação permanecem.
Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, chega a Buenos Aires nesta segunda-feira (14) para apoiar o presidente Javier Milei na implementação de um novo regime cambial. A mudança é crucial para a Argentina obter um empréstimo de US$ 20 bilhões do FMI.
O ministro da Economia, Luis Caputo, anunciou o fim dos limites na compra de dólares e a liberação para transferências de dividendos. A partir de hoje, o preço do dólar oficial irá flutuar entre 1.000 e 1.400 pesos por US$ 1, reajustando 1% ao mês.
A medida ocorre em um contexto de turbulência nos mercados globais, afetados pela guerra comercial dos EUA, especialmente com a China. As ações argentinas tiveram perdas nos últimos dias, apesar do entusiasmo inicial com a eliminação dos controles.
Analistas preveem uma desvalorização do peso entre 20% a 25%, e há preocupações sobre a inflação. O BC argentino destinou US$ 50 bilhões para defender o novo regime cambial, com suporte do FMI, Banco Mundial e BID.
Milei descreveu as novas medidas como o início da “Fase 3” de estabilização econômica e busca resultados antes das eleições legislativas em outubro. Entretanto, especialistas questionam a viabilidade deste plano sem um plano de investimentos claro.
A diretora do FMI, Kristalina Georgieva, elogiou os esforços do governo, mas observou a volatilidade nos mercados. A expectativa é que o novo pacto possa conter a desvalorização do peso até as eleições.