Novo consignado CLT pode elevar crescimento do PIB, projeta BTG
BTG Pactual prevê que o novo crédito consignado pode impulsionar o PIB em até 0,3 pontos percentuais nos próximos anos. A análise ressalta que a liberação de garantias do FGTS pode trazer um impacto significativo, mas acende alertas sobre possíveis pressões inflacionárias.
BTG Pactual projeta crescimento econômico impulsionado pelo novo consignado CLT.
Em relatório de abril, o economista Bruno Martins estima um impacto positivo de 0,2 ponto percentual no PIB de 2025 e 0,3 ponto percentual em 2026.
A previsão considera:
- Movimentos históricos similares
- Comprometimento de renda das famílias constante
- Aumento no endividamento
O efeito seria um impulso de crédito de 1,1% do PIB ao longo do tempo.
A última previsão do PIB é de 1,5% em 2025 e 1,4% em 2026.
Novos programas do governo, como o crédito consignado para o setor privado e isenção de imposto de renda para salários até R$ 5.000, podem elevar as estimativas para 2% ao ano, mesmo com juros altos.
Lançado em abril, o programa de Crédito do Trabalhador permite acesso a empréstimos utilizando até 10% do saldo do FGTS como garantia.
O BTG estima que R$ 123 bilhões do mercado de crédito podem ser migrados para o novo consignado, incluindo:
- R$ 65,4 bilhões do crédito pessoal sem consignação
- R$ 9,3 bilhões no parcelado do cartão de crédito
- R$ 48,5 bilhões do consignado privado antigo
Esses R$ 123 bilhões representam apenas 5,6% dos R$ 2,2 trilhões em empréstimos a pessoa física até fevereiro, segundo o Banco Central.
Fatores que podem reduzir os efeitos do novo consignado incluem:
- Aumento da taxa Selic para 15% ao ano até o fim de 2025
- Superendividamento das famílias
- Redução em outras linhas de crédito
Embora a liberação das garantias do FGTS possa gerar um impulso adicional de R$ 100 bilhões, economistas alertam para a possibilidade de os empréstimos serem direcionados ao consumo, o que pode sustentar a inflação acima da meta de 3%.