Novas tarifas de Trump entram em vigor nesta quarta e provocam outro dia de queda nas Bolsas

Novas tarifas dos EUA contra quase 60 países, incluindo uma sobretaxa de 104% para produtos da China, entraram em vigor em 9 de agosto. A medida provoca temores de quedas nas Bolsas.

As tarifas, com início às 0h00 de Washington (1h00 de Brasília), afetam os 27 membros da União Europeia com uma taxa de 20%. Para a China, as novas tarifas representam um total de 104%, que o país asiático prometeu combater.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, declarou que o país salvaguardará seus direitos e interesses, mas também está aberto a negociações.

As Bolsas reagiram negativamente, com o Nikkei do Japão caindo 3,93% e outros mercados da Ásia, como Taipé (-5,8%) e Seul (-1,73%), também em queda.

Na Europa, as quedas foram acentuadas: Paris (-2,84%), Frankfurt (-2,37%), Londres (-2,31%), Madri (-2,79%) e Milão (-2,78%). O petróleo caiu para valores não vistos em quatro anos, cerca de 60 dólares o barril.

A Asean pediu ações para lidar com a situação, enquanto os EUA, através de Trump, se mostram abertos a negociações. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, conversou com o primeiro-ministro chinês para evitar uma escalada.

A UE planeja uma resposta potencial e poderá implementar tarifas de 25% em produtos americanos, mas decidiu excluir o bourbon para proteger seus vinhos e licores. O objetivo é reverter as decisões de Trump, conforme disse o presidente francês Emmanuel Macron.

Analistas alertam que a guerra comercial pode prejudicar a economia mundial, causando inflação, desemprego e diminuição do crescimento. O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou preocupações com os países em desenvolvimento.

Com informações de AFP